Dos dias que não acabam.
Da noites cheias de calor que não apetece ir para casa.
Das trocas de olhares cumplices no adamastor.
Da folia dos Santos populares e toda a ramboia.
Do chão quente e de pouca roupa na cama.
Dos martinis a ver o pôr do Sol.
Das algas a colarem ao biquini.
Da folia de ter tempo para tudo.
Do subsídio de férias.
Das saladinhas frescas.
Dos encontros desencontrados.
Da maresia das lembranças de outros verões.
Da vontade de começar tudo de novo.
Das ventoínhas estratégicamente postas.
Dos cigarros não fumados.
Da parvoíce colectiva a dançar na rua a meio da tarde.
Dos jantares abusivos.
Das piscadelas lascivas.
Dos corações palpitantes.
Das cervejas com novos sabores.
Dos filhos dos outros.
Dos animais das outras.
Das fotos de todos nós.
Das tshirts fresquinhas 100% algodão.
Das sandálias de salto alto.
Dos cheiros típicos.
Da minha voz, normal.
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