quarta-feira, outubro 25, 2006

Liberdades

Vivemos em democracia é certo, todos temos direito à opinião, claro ... é evidência em absoluto, mas há ainda pensamentos muito pidescos que abusam da tolerância social. Usando muitas vezes o sentimentalismo para chegar mais próximo das mentes mais aereas.
Neste blog, até concordo com coisas ditas, até com "a defesa da vida constitui não só um imperativo de consciência mas também uma questão civilizacional que pretendemos preservar", claro...tudo bem, tem de ser assim, mas acho que tem de ser feito com peso e medida, aredito que ninguém no seu juízo perfeito e equilibrado queira passar por uma rotina de interrupção voluntária da gravidez... ninguém é a favor do aborto, não conheço ninguém, mas é uma realidade que existe... e deverá ser sempre uma escolha pensada, é isso... uma escolha, dar uma escolha a um futuro pensado, e um direito que deve existir... poder haver a frase EU POSSO ESCOLHER o futuro de qualidade a dar aos meus descendentes! mas, ao continuar a ler estas parvoíces de direita, muito de de betinhos hipócritas que defendem a Vida Humana,mas que insultam diariamente aqueles que são ileterados e ditos chungas, deparo-me com o texto de uma senhora de seu nome Sara Castro que afirma " defendo a definição abstracta do crime aborto, sem prejuízo da responsabilização pública pela prática dos crimes, nomeadamente na necessidade, igualmente urgente, de combater a pobreza, a exclusão social, o desemprego, a fome, etc. Há que evitar a pobreza, NÃO evitar que os pobres nasçam! (...) Não queremos mais interrupções voluntárias, e sem critério, de gravidezes que obviamente não podem ser retomadas. (..) Não queremos que façam abortos, nem em Portugal nem em lugar nenhum. Não tememos o referendo, mas não precisamos de outra lei."

Ai não?? São esses pobres não desejados e sem condições de vida, que vão nascer e vão servir de criados, ou de mão de obra barata para contribuir para o vandalismo, ou arrumar o carrinho dos senhores doutores de casinhas germinadas da periferia da Capital ????
Enfim, Liberdades para poder dizer coisas parvas como "Não me conformo com o facto de um punhado de partidos políticos quererem a toda a força tornar o meu Portugal num Pais onde se pratique a pena de morte...." muitas liberdades de afirmar" O problema do aborto prende-se com aqueles para quem por uma razão ou por outra o feto humano tem menos valor do que um ovo de perdiz, um ninho de andorinha, um rebento de azevinho, ou um touro de Barrancos – entidades defendidas com muito maior comoção e vigor", só falta mesmo lembrar a mítica proposta desagradável do CDS-PP de há uns anitos, a gozar com a desgraça alheia!

6 comentários:

Carla Ferreira de Castro disse...

Kat:
Tens mesmo a certeza que queres entrar neste discurso? É possível esgrimir argumentos e citações estúpidas dos dois lados da barreira que não é política (como a querem tornar), mas que é, acima de tudo, uma questão de consciências. É como se no referendo cada um perguntasse ao grilo falante que tem dentro de si se aceita que uma coisa que, POR PRINCÍPIO,ninguém quer fazer (um aborto), é permitido. Sinceramente, e ainda ao nível da consciência, não vejo grande diferença em abortar um feto "normal" antes das 10 semanas, ou um feto com trissomia 21 ou um feto "normal" druto de uma violação, como aliás é permitido. Mas o meu grilo falante é um bocado fundamentalista, por isso volto à pergunta inicial: Queres mesmo falar sobre isto?

Unknown disse...

Acho que me irrita mais aqui é apenas a hipocrisia dos discursos vagos, neste que apresentei num todo, apenas quiz afirmar que Ninguém é a favor do aborto. E acima de tudo há que ter a liberdade de poder escolher e não ser condenada e perseguida por um crime,que é e que depois diz-se que não existe. Para mim, o grande Crime é excluir o uso de preservativos, que é pecaminoso segundo algumas religiões, mesmo quando existe o risco de doenças venéreas. Mas já chega de tristezas... que não vou falar mais sobre isso!

Carla Ferreira de Castro disse...

Amen sister! Acrescenta então à lista a despenalização das dogras JÁ, que até está provado que diminuem a fertilidade e assim era menos dinheiro para os barões da droga e menos dinheiro para as parteiras de escadas, ou para os empresários da clínica Dos Arcos ( e não "Dois" Arcos, como andam a publicar, pois é a tradução do espanhol "Los Arcos")

PS O post anterior foi apagado devido a um erro semântico

Shyznogud disse...

Só uma pequena curiosidade: qual é o problema da Clinica dos Arcos? Eu, defensorra acérrima da despenalização da IVG até às 10/12 semanas, não tenho qqr problema em q, no meu país ou noutros, existam clínicas privadas dedicadas à prática da IVG. Também existem pediatras no SNS e sempre recorri a pediatras privados para os meus filhos por escolha pessoal. Aliás já acompanhei 2 amigas a Badajoz e garanto-lhe que o atendimento é muito bom. Para outra altura, e se estiver disposta a tal, tb. podemos discutir as tais "parteironas".

Anónimo disse...

Olha! as metástase deste mundo do blog.

...mas doença boazinha, hein?

:P

Carla Ferreira de Castro disse...

Sarcasmo:
do Latim sarcasmu < Gr. sarkarmós
s. m., zombaria insultante; escárnio;ironia amarga, mordaz.

Estava a falar de semântica, sobre dos ou dois arcos nada sei, os únicos dois arcos que conheço são os do McDonalds (e não recomendo, nem mesmo as sopas), mas fico contente por saber que há clientes satisfeitos. Nestas coisas, a publicidade de boca em boca resulta maravilhas!
Já agora, não acham coincidência a mais a questão do referendo ter seguido a par com o orçamento de Estado? E todos morderam o isco!